Organizador: Edra / Capa: Ziraldo / Prefácio: Zélio Um livro dedicado ao cartunista Vagn |
Ninguém segura Caratinga!
A frase é célebre, assim como seu autor, o nosso querido Ziraldo. As razões que o levaram a cunhar esta convicta afirmação permeiam o imaginário de cada um de nós, caratinguenses ciosos da grandeza de nossa terrinha querida da qual nos lembramos suspirando de saudade quando estamos longe, e a quem, por vezes, maldizemos quando estamos perto, mas isso é raro. A praxe é nos ufanarmos de pertencer a ela, nascidos ou não aqui.
Zélio demonstra em seu prefácio que Caratinga é uma cidade geradora de juízes e cartunistas, todos de renome. E como este livro trata do segundo grupo, vale lembrar que desde a década de 1950 começamos exportar talentos para a grande imprensa das principais capitais e cidades do centro-sul do Brasil. De lá, estes bandeirantes do traço alçaram vôos levando consigo o nome de nossa cidade. Outros, entretanto, ficaram por aqui. Não por contingência do talento, mas por escolha pessoal, por não conseguirem virar as costas às palmeiras ou perder os fins de tardes, únicas, que só podem ser vividas aqui e aqui fizeram suas diabruras no humor gráfico e até na sua vida cotidiana. São personagens de si mesmos em tempo integral.
Este livro reúne o melhor do talento local, é um documento único, inédito a ser mostrado a quem perguntar inadvertidamente: “onde fica Caratinga, mesmo?” Caratinga não fica, Caratinga não está, Caratinga é. Assim, “risCaratinga” é a tradução de nossa personalidade, é o documento definitivo da criatividade de nossos artistas do traço, do riso, nosso atestado de senso crítico a ser mostrado para o Brasil e o mundo como sempre fizemos, calmos, bons de papo, hospitaleiros e, ao mesmo tempo, irrequietos e criativos.
São nove artistas catalogados num único volume. Oito ainda em atividade. Um, o Vagn, que publicou nos anos de 1960/70 anda hoje riscando em pranchetas de nuvens em algum lugar do cosmo, divulgando lá, que mesmo lá “Ninguém Segura Caratinga”.
O caráter documental deste livro transcende a esfera do humor, é história, é arte, é janela e horizonte.
Seria bom vê-lo sendo folheado por crianças, jovens e adultos, para que vendo-o resgatem dentro de si nossa essência de animmalis caratinguensis, este ser acima de qualquer suspeita ou espécie, que onde chega irradia e põe todo mundo a perguntar: como é Caratinga? Que dia você vai me convidar pra ir até lá?
Isto posto, é bom mesmo não querer segurar Caratinga, pois nem São Pedro, em suas crises de temperamento, sucessivas, é bom que se diga, conseguiu. (EDRA)
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