segunda-feira, 31 de dezembro de 2018

Prefácio do Ziraldo Para o Meu Livro "Se Rir Eu Choro" / 2008

Em visita ao Ziraldo, levando a segunda edição do meu livro
"Se Rir Eu Choro.." e uma caricatura que fiz dele. RJ/2008

O Sr. Eduardo Damasceno Rodrigues de Araújo não é o EDRA. EDRA é a Empresa de Desenvolvimento da Região Amazônica. Ou mais um jovem de Caratinga que resolveu mostrar para o mundo que nossa cidade é a mais engraçada do Brasil. Dá quase um humorista por mil habitantes, um índice maior do que a mortalidade infantil na Suécia. 

Tudo começou assim: Ésus, o conhecido Cristo da Atlântida, virou-se para seu principal discípulo e disse – “Edro, tu és edra e sobre ti erguerei a minha igrejinha.” Como também se sabe, a língua que falava na Atlântida não tinha a letra P. Que eles perderam na famosa batalha de Santa Bárbara do Leste para os guerreiros de Caparapatinpingapá, este sim, o povo que falava a língua do P. 

EDRA, não é Eduardo e nem a Empresa de Desenvolvimento da Região Amazônica, mas Elcio Danilo Russo Amorim revela finalmente a verdadeira identidade: ele é um cartunista de primeira qualidade, bom de tira e cartuns. Como já se insinuou aqui, ele faz parte da dinstia dos desenhistas de humor que nasceram ou se formaram “à sombra protetora da Itaúna”. Ou a Pedreira do Silva, como querem alguns. 

Não pela qualidade mas pelo tempo, o primeiro é o locutor que vos fala. Depois vieram o Zélio, o Vagn, o Mayrink, (ou Mairymk, nunca sei), o Célio Hott, o Camilo Lélis, o Lane e, last but not least, o EDRA. 

Talentoso, criativo, batalhador, EDRA pontificou por vários anos na imprensa de Brasília, onde não é muita vantagem para nós de Caratinga, pontificar, vocês não podem imaginar como tem jornalista de Caratinga brilhando em Brasília (e no Brasil, Ruy Castro e Míriam Leitão estão aí, que não me deixam mentir). 

EDRA, com sua jovem família, voltou para sua cidade natal. Eu perguntei a ele se ele não tinha medo de voltar. A província tem sempre mania de achar que a gente só volta quando fracassa. Mas ele me informa que está muito feliz em Caratinga, terra de alto astral como Dona Zizinha, minha mãe descobriu nos anos trinta, época em que morou fora: “Vamos voltar pra Caratinga, Neném. Aqui o céu é muito baixo. Caratinga é bom porque lá o céu é alto. 

EDRA, deve ter voltado por isto. Estava muito bem, na capital, eu sou testemunha. EDRA publicou em toda a imprensa de Brasília, com êxito, teve um papel de liderança ma imprensa da capital do Brasil, um espaço conquistado com muitos méritos. 

Que o livro do EDRA faça muito sucesso e que ele, e sua família, sejam felizes na velha terrinha. Há sempre um lugar para quem tem o coração cheio de afeto. E que o “dono” da rua que o EDRA escolheu pra morar fique, lado alto, de olho bom em cima dele. São os votos do filho da rua do EDRA. Que se chama Rua Geraldo Alves Pinto. (Ziraldo) 

Prefácio escrito para a primeira edição. Recebi através de fax, no dia 21 de janeiro de 1998. Por coincidência, no dia do meu aniversário.

Nenhum comentário:

Postar um comentário