Diário de Caratinga / 1º de agosto de 2010 |
O primeiro emprego de todo nós é algo muito valioso e marcante em nossas vidas.
Obstante o fato de me ingressar num novo universo, de adquirir um tênue sentimento de “poder” assumindo minhas contas e tendo autonomia de comprar o que quiser, meu primeiro emprego trouxe para mim mudanças significativas na esfera social e pessoal.
Aos 15 anos de idade, comecei fazendo planta de casa no escritório de Engenharia do Dr. Nelson Calda Ribeiro. Muito tímido (mas muito mesmo!!!!) fui no primeiro dia com o coração na mão.Menos de um mês de trabalho foi o tempo suficiente para eu mistificar o fantasma que me atormentava em relação patrão/empregado/colega de trabalho.
Fui abençoado e tive a sorte de encontrar ali desenhistas arquitetônicos de alto nível profissional (Jorge Pacheco, Luiz “Airão”, Humberto Lúcio e Magelinha do Inhapim ) que com curto prazo me deixaram a vontade com brincadeiras e gozações.
O meu maior contato de patrão era com Leonil Corrêa Valadão, sócio proprietário do Escritório, que foi o meu mestre e grande incentivador dizendo que eu tinha muito potencial.
Logo me tornei projetista à altura daquela excelente equipe profissional e fiz projetos das principais casas da época como de Solange Torres, Dr. Carlos Boité, Pingo, Franklim, entre tantas outras.
Com a auto estima elevada, dei asas à imaginação e passei a me interessar por desenhos de humor (nem sabia que chamava charges ou cartuns) e comecei a desenhar uma porção deles. Desenhava e engavetava; desenhava e engavetava, sem mostrar nada pra ninguém. Sabe por quê? Timidez.
Como eu ia me tornar um cartunista se a minha inibição não deixava eu mostrar os meus cartuns?
Mas aí é uma outra história com os mesmos ingredientes de anseio, receio e superação, que completou, agora em janeiro de 2010, trinta anos de traços e humor. (EDRA)
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