Diário de Caratinga / 13 de junho de 2012 |
No mesmo dia em que houve a questão do Cine Brasil, fomos sacudidos pela notícia do desligamento do Edra da Casa Ziraldo de Cultura. É difícil ver outra pessoa governando o tesouro que o Edra concebeu, lutou por ele e inaugurou depois de tantos esforços e tanta dedicação. Nós acompanhamos a realização do projeto, desde o nascimento à conclusão. Conhecemos de perto sua luta, seu idealismo, seu sofrimento mesmo. Sim. Muitas vezes o vimos triste diante das impossibilidades, das dificuldades que, a cada dia, se interpunham entre seu sonho e o desencanto. Mas com fé, lidas, orações da mãe santa e companheira, ele venceu etapas e seu ideal tomou forma e se fez verdade. Dirigia a Casa com zelo, entusiasmo e brilho nos olhos, recebendo visitantes e eventos a mostrar o benefício que o espaço trazia ao povo.
Sabemos que o novo dirigente é capaz para exercer o cargo, mas o que está em jogo, não é a tarefa de conduzir o estabelecimento. Trata-se da ética – ciência do bem e do bom. Ela lida com valores e sua palavra de ordem é o respeito. E do respeito surgem outros valores, como a igualdade, a liberdade, a consideração.
A Casa Ziraldo de Cultura tem a cara do Edra e guarda a alma dele em cada canto, em cada detalhe. Penso que o novo dirigente vai se sentir um pouco deslocado, como se carregasse um anel apertado no dedo, ou um sapato largo no pé.
Diante desse fato, meu pensamento busca Julimara, primeira-dama, que soube tão bem se conduzir por todo tempo do governo do marido. Lidamos com ela em muitas comemorações e no dia a dia, e sabemos da sensibilidade e elegância de seus gestos. Ela sempre considerou os valores eternos que devem nortear a conduta humana. Por sua força junto ao mandatário maior do município, sei que poderá intervir com sucesso e levar em conta o trabalho e o talento do Edra. Aguardemos.
(Marilene Godinho)
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